O SELAMENTO DO POVO DE DEUS

Precisamente antes de Deus libertar o Seu povo – o povo de Israel – da terra da servidão e cativeiro, o Egipto, deu ordem a Moisés e a Aarão para instruírem todo o povo a sacrificar um cordeiro para a instituição da primeira Páscoa, a qual se deveria repetir nos anos seguintes, no mesmo dia e mês, para comemorar e lembrar a libertação de Deus em favor do Seu povo. Com o sangue desse cordeiro deveriam pintar a umbreira da porta das suas casas (Êxodo 12:7, 13).

Assim, quando à meia-noite veio o anjo destruidor para realizar a sua estranha obra, da matança de todo o primogénito na terra do Egipto, a casa onde havia o sinal na umbreira, passava por alto.

À meia-noite ouviu-se um pranto em toda a terra do Egipto, pois não havia casa alguma em que não houvesse um morto, após a passagem do anjo do Senhor (Êxodo 12:30), enquanto nas casas dos israelitas, marcadas com aquele sinal, não houve qualquer pranto, pois não sofreram a menor sombra de calamidade, que acabara de cair sobre os egípcios.

SINAL DE OBEDIÊNCIA E SUBMISSÃO A DEUS

Imaginemos que um homem israelita, ao ouvir a instrução dada por Moisés, dizia: Mas por que hei-de estar com esse trabalho tão incómodo? Não basta matar o cordeiro e comê-lo assado com ervas amargas e pão asmo como manda o Senhor? Deixemos esse pormenor, pois não tem importância. O Senhor não é assim tão exigente. Já chega que manifestemos que Lhe obedecemos ao matar o cordeiro.

Qual teria sido o resultado se tal atitude tivesse sido tomada por qualquer israelita? Certamente teria experimentado a mesma amargura por que passaram os egípcios, cujas casas não estavam assinaladas.

Aquilo que o Senhor nos ordena fazer, ainda que nos possa parecer irrazoável, segundo o nosso critério, devemos fazer e não nos importar com o resto.

Lembro de um dia estar a realizar em Saurimo, Angola, a campanha das Missões, e ter entrado num estabelecimento onde estavam vários indivíduos. Ao apresentar o pedido, um deles interpelou-me sobre vários pontos doutrinários da minha igreja. Depois de lhe ter respondido, ele respondeu-me que isso era apenas uma questão de pormenor entre as várias igrejas. Que umas interpretam de uma maneira e outra de outra, mas que no fim tudo vai dar ao mesmo. No final Deus vai salvar a todos pois não se incomoda com questões de pormenor.

Respondi-lhe que não era bem assim como ele acabava de me responder. Que Deus espera que Lhe obedeçamos no que Ele nos ordena nos Seus santos mandamentos. Se falharmos na nossa obediência para com Ele, arriscaremos a nossa salvação, pois ninguém jamais entrará no Seu reino que tenha desatendido alguma das Suas ordenações.

Agora, eu pergunto: Será mesmo apenas uma questão de pormenor?

Não, nunca! Quando Deus ordena algo aos Seus filhos, Ele espera isso mesmo da parte deles.

Quando Jesus, por exemplo, ordenou ao paralítico, que estava junto ao tanque de Betesda, que se levantasse, pegasse na sua cama e andasse (João 5:2-9), Ele significava isso mesmo, isto é, esperava mesmo que o paralítico procedesse como ele lhe acabava de ordenar.

Se o paralítico tivesse respondido a Jesus: Mas, Senhor não sabes que sou paralítico há 38 anos? Que já tentei muitas vezes andar durante todos estes anos e tive sempre de desistir, pois não tinha forças nas minhas pernas para o fazer?

Qual teria sido o resultado?

Aquele paralítico jamais teria voltado a andar. Jamais se teria libertado daquela paralisia e teria morrido naquela situação. Mas, ao obedecer, sem questionar o poder de Jesus para o fazer andar, ou se demorar sobre cogitações de pormenor entre o poder d’Aquele que lhe falava e o poder que ele acreditava existir nas águas remexidas daquele tanque, actuou antes segundo aquela ordem e o resultado foi a sua libertação imediata daquela paralisia que o atormentava há tanto tempo.

O ASSINALAMENTO ACTUAL DO POVO DE DEUS

Assim como Deus levou os israelitas a assinalarem as suas casas com o sangue do cordeiro pascal, a fim de lhes provar a fidelidade e os poupar da matança dos primogénitos, antes de os libertar daquela terra de servidão e cativeiro e os levar à terra prometida, Canaã, assim também Ele irá assinalar os Seus filhos fiéis entre o Seu povo antes de os libertar desta terra do cativeiro do pecado e os levar à Canaã celestial.

No tempo de Ezequiel os fiéis de Deus foram assinalados a fim de não serem destruídos na destruição final de Jerusalém, devido à sua idolatria e apostasia.

Apesar das maravilhas que Deus havia operado no meio daquele povo e de os ter favorecido, repetidas vezes, de maneira especial e milagrosa, acima de qualquer outro povo, o povo de Israel de tal maneira se deixara corromper por influência das práticas ímpias dos seus vizinhos, que estava agora prestes a pagar por esses pecados e iniquidades.

Mas Deus sabia que no seio da maioria dos idólatras e adúlteros daquele povo, se encontravam homens e mulheres que “gemiam e choravam” perante todos os pecados que diariamente viam os seus irmãos cometer. A esses enviou Deus o Seu anjo a assinalar a fim de que nenhum mal lhes ocorresse, quando os restantes cinco perfizessem a sua obra destruidora.

A ordem que tiveram foi que começassem pelo santuário de Deus (v. 6).

Identicamente ao que ocorreu no passado, Deus está actualmente a levar a cabo, por intermédio dos Seus anjos, o selamento final e derradeiro do Seu povo sobre esta Terra a fim de os proteger da destruição que logo sobrevirá a este Planeta e os salvar para o Seu reino celestial por ocasião da segunda vinda em glória do Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. «O tempo do assinalamento é muito curto, e em breve passará. Agora é o tempo, enquanto os quatro anjos estão segurando os quatro ventos, a fim de fazermos o nosso chamado e eleição certos.» (Primeiros Escritos, pág. 58).

Enquanto os quatro anjos estão a segurar os quatro ventos da contenda e controvérsia deste mundo, para que não soprem, Deus está a selar o Seu povo (Apoc. 7:1-4).

Quem irá ser selado?

Deus diz-nos por intermédio do profeta Ezequiel, que apenas os que sentirem repugnância pelo pecado e tristeza e aperto de alma pelos pecados dos seus irmãos, no seio do seu povo, serão selados. (Ezeq. 9:4).

Isto quer dizer que estas pessoas não somente estarão repelindo o pecado das suas vidas, como sentirão amarga angústia pelos pecados cometidos por aqueles que se dizem fazer parte do povo de Deus, mas não obstante estão a viver contrariamente às instruções claras da Palavra de Deus. Rejeitam as obras da luz e aceitam as das trevas.

«Especialmente no trabalho final da igreja, no tempo do selamento dos 144 000, que devem permanecer imaculados perante o trono de Deus, sentirão eles mais profundamente as faltas do professo povo de Deus.» (Testemunhos Selectos, vol. 3, pág. 266).

Oh! Quão infelizmente é isto verdade! Quantos no seio da igreja de Deus estão inquietos e intranquilos com a situação de muitos dos seus irmãos, que professam possuir grande piedade e devoção, enquanto por outro lado, estão-se deixando vencer pelos enganos do mundo: a moda, os adornos e pinturas segundo os padrões do mundo, a leitura e visionamento de telenovelas, filmes, alguns imorais, bailes, festas de ano, ou de casamentos, mesmo em família, as conversas frívolas, as músicas sensuais e algumas até diabólicas! Tudo isso propende a insensibilizar os sentidos a fim de que não se discirna entre o santo e o profano.

Ora, tudo isto tem uma influência destrutiva e corruptora nas mentes dos nossos jovens e mesmo entre os membros mais velhos. Oh! Pudesse o Espírito Santo tocar esses corações e teríamos uma Igreja onde a presença divina se faria sentir na vida e coração de cada membro, jovem ou adulto. A experiência da Igreja seria, certamente, outra bem diferente da que possuímos actualmente e poderíamos mais rapidamente alcançar a Pátria celestial.

«Quem permanecerá no conselho divino neste tempo? Serão aqueles que virtualmente desculpam as faltas entre o professo povo de Deus e que murmuram nos seus corações, senão abertamente, contra aqueles que tomam o lado desses e simpatizam com os que cometem iniquidade? Não, certamente que não!»

«A menos que se arrependam, e abandonem a obra de Satanás em oprimir os que têm a carga do trabalho e em suster as mãos dos pecadores em Sião, nunca receberão a marca do selo aprobativo de Deus. Cairão na destruição generalizada dos ímpios, representada na obra dos cinco homens com as armas da matança.» ( Idem, pág. 267).

Como vemos o selo de Deus jamais será colocados sobre a testa de um homem ou mulher de lábios impuros ou que tenha tendência para condescender com o pecado. Ainda que encubra sob uma capa de suposta santidade as suas inclinações carnais, o Senhor as conhece muito bem, pois nada Lhe está encoberto. Tais pessoas com facilidade se associam aos que estão em falta e a fim de justificarem as suas faltas arvoram-se em grandes defensores da verdade e pretendem ser o padrão para os outros irmãos. E, quando estes não os seguem, irritam-se fortemente contra eles e abandonam a igreja, dizendo que foi por causa de tal ou tal irão não ter procedido correctamente para com eles. Outros permanecem na igreja, mas não mudando o coração acabam por cair da graça de Deus.

QUAL É O SINAL DE DEUS

Além do significado especial que tem o Sábado ao recordar a obra da criação de Deus, é também o sinal que distingue os verdadeiros filhos de Deus.

Como no passado a marca de sangue sobre a umbreira da porta serviu de prova à fidelidade do povo de Israel, no futuro o Sábado servirá de prova à fidelidade do verdadeiro povo de Deus.

Quando Satanás, no seu último esforço, levar as suas forças a coligarem-se contra «os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus» (Apoc. 12:17; 14:12), o Sábado tornar-se-á a pedra de toque pela qual será aferida a fidelidade de cada suposto filho de Deus.

Não haverá então qualquer desculpa. Os verdadeiros adoradores permanecerão inabaláveis na observância desse dia, enquanto os falsos adoradores o abandonam e apegar-se-ão às doutrinas e ensinos dos seus novos mentores, que apregoarão ser o Domingo o verdadeiro Sábado de Deus. Então os que preferirem apegar-se à doutrina que ensina ser o domingo o Sábado do Senhor, receberão a marca da besta. E os que abandonarem as fileiras do povo de Deus constituir-se-ão nos piores inimigos do fiel remanescente povo de Deus.

Mas Deus protegê-los-á e nenhum mal lhes sucederá, pois decidiram a sua parte com o Varão de dores, Jesus Cristo, e Ele os protegerá na sua maior angústia durante a perseguição dos seus inimigos instigados por hostes satânicas que se misturarão entre os homens.

Aqueles que quiserem então ser fiéis terão agora de fazer prova da sua fé e abdicarem de tudo que os separa de Deus, a fim de que Ele os possa selar e proteger nos dias da grande provação que há-de vir, tal como nunca houve desde que há nação (Daniel 12:1).

«Só o quarto mandamento de todos os dez contém o selo do grande Legislador, o Criador dos céus e da terra.» (Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pág. 350; Patriarcas e Profetas, pág. 307).

«… O selo do Deus vivo será colocado sobre aqueles que conscienciosamente guardem o Sábado do Senhor.» (SDABC, vol. 7, pág. 980).

CONCLUSÃO

Com vista à participação, numa corrida de atletismo, nos Jogos Olímpicos de 1968 no México, um jovem francês despendeu muitas semanas e meses na sua preparação e treino físico. Havia ficado em segundo lugar nos Jogos Olímpicos de 1964 em Tóquio, Japão, e durante os quatro anos que medeiam entre Jogos Olímpicos, este jovem sujeitou-se a um duro e intensivo treino e preparação a fim de conseguir, desta vez, o primeiro lugar nessa prova.

Viajou para o México sob grande emoção e expectativa. Chegou finalmente o grande dia da prova em que ia participar. Depois de fazer todos os preparativos no seu aposento onde estava instalado, olhou para o relógio e reparou que faltavam apenas dez minutos para o início da prova. Apressou-se em sair e apresentar-se no local da partida da prova, mas, oh! Que amarga decepção! A prova, nesse preciso momento, acabava de realizar-se!

Assim será com muitos na vinda gloriosa de Cristo: «Demasiado tarde verão eles que o Sábado do quarto mandamento é o selo do Deus vivo.» (O Grande Conflito, pág. 640).

«Quem poderá suportar o pensamento de ser para sempre passado por alto quando o anjo passar a selar os servos de Deus nas suas testas?» (Review and Herald, 28-5-1889).

«Então ver-se-á a diferença entre os que servem a Deus e os que o não servem.» (Malaquias 3:18).

Esta poderá ser também a vossa e a minha experiência, tal como a descreve Jeremias 8:20: «Passou a cega, findou o verão e nós não estamos salvos.»

Se dissessem a qualquer um de vós: «A próxima semana será a última semana da tua vida, pois na próxima Sexta-feira irás morrer.» Como viveríeis, cada um de vós, nesse caso, a próxima semana? Da mesma maneira que tendes vivido as anteriores? Não creio que assim o fizésseis. Certamente que se apoderaria de vós um verdadeiro senso de solenidade e piedosamente vos preparíeis para esse evento solene.

Pois é. Nós descuidamos, muitas vezes, a solenidade do tempo em que vivemos e deixamos, dessa maneira, de nos aperceber que é nossa responsabilidade de estarmos entre os assinalados filhos de Deus ou entre os que não foram.

De qual grupo iremos nós, vós e eu, procurar fazer parte?

Having on the Righteousness of Christ

Oh, how many will be found unready when the Master shall come to reckon with His servants! Many have meager ideas of what constitutes a Christian. Self-righteousness will then be of no avail. Only those can stand the test who shall be found having on the righteousness of Christ, who are imbued with His spirit, and walk even as He walked, in purity of heart and life. The conversation must be holy, and then the words will be seasoned with grace. Testimonies for the Church, vol. 2, p. 317-318.

A LUTA COM UM ANJO

Introdução

Não é vulgar ouvirmos falar de um homem a lutar com um anjo. Mas tal aconteceu há quase 4000 anos, entre Jacob e o Anjo do Senhor (Génesis 32). Como resultado dessa luta o anjo mudou o nome de Jacob para “Israel”.

1.      O Significado do Nome Israel

A primeira vez que aparece o nome “Israel” na Bíblia foi quando Jacob lutou com o Anjo e prevaleceu (Gén. 32:26-28). O Senhor então mudou-lhe o nome de Jacob (suplantador, vigarista, enganador), para Israel (como príncipe lutaste com os homens e com Deus e prevaleceste).

Os nomes na Bíblia são descrições do carácter das pessoas. Jacob descrevia o homem de pecado. Israel o novo homem vitorioso sobre o pecado pelo poder do anjo, com quem lutou. Quando o Anjo lhe perguntou o nome, Ele já sabia a resposta. Mas Ele quis que o próprio Jacob o pronunciasse para com isso representar a sua humilde, confissão e afastamento do pecado. Jacob saiu vencedor no teste. Arrependeu-se e colocou-se na inteira dependência da misericórdia de Deus.

A resposta: «Não se chamará mais o teu nome Jacob, mas Israel», revelou que Deus lhe dera um novo carácter! Assim o nome “Israel” era um nome espiritual, simbolizando a vitória espiritual de Jacob sobre o seu pecado de engano do passado. Noutras palavras o homem “Jacob” era agora um “Israel” espiritual.

2.      O Povo de Israel

Israel teve 12 filhos, cujos descendentes saíram do Egipto para Canaã (Êxodo 1:1-5). Os filhos de Israel tinham-se multiplicado muito no Egipto. A partir de certa altura, o faraó, que não conhecera José, impôs-lhes a escravidão, que durou até ao tempo de Moisés. Então Deus disse a Moisés: «Diz a faraó, assim diz o Senhor, Israel é o meu filho, o meu primogénito. … Deixa ir o meu filho.» (Êxodo 4:22-23).

Vemos por estas palavras que o nome Israel se expande. Não mais se aplica unicamente a Jacob, mas também aos seus descendentes. A nação é agora chamada “Israel”. Assim este nome foi primeiramente aplicado a um homem vitorioso e depois a um povo. Era desejo de Deus que também esta nova nação fosse vitoriosa, como fora Jacob, pela fé n’Ele. Deus chamou a esta nova nação de Israel «o meu filho …  o meu primogénito».

3.      Outros Nomes Aplicados a Israel

Israel foi chamado uma “vinha” que Deus «trouxe do Egipto» (Sal. 80:8). Deus disse: «Mas tu, Israel, és o meu servo, … a semente de Abraão» (Isa. 41:8). Deus também se referiu a Israel como o meu eleito (Isa. 45:4). Ainda por intermédio de Isaías Deus diz de Israel o seguinte: «Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se compraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele; juízo produzirá entre os gentios. Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega: em verdade, produzirá o juízo; não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra o juízo: e as ilhas aguardarão a sua doutrina.» (Isa. 42:1-4). Não esqueçamos que todas estas palavras se aplicaram originalmente à nação de Israel.

Por volta do ano 800 a. C., o Senhor disse por intermédio do profeta Oséas: «Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egipto chamei a meu filho.» (Os. 11:1). No entanto, por este tempo a nação de Israel, que Deus amara, deixara de viver à altura do significado do seu próprio nome. Não tinha vivido vitoriosamente. Com tristeza, Deus declarou: «Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face: sacrificavam a baalins, e queimavam incenso às imagens de escultura.» (Os. 11:2). Esta frase, da parte de Deus, é como uma bomba relógio, que vai explodir, de modo assombroso, na revelação do Novo Testamento.

4.      A Noite de Luta

«Na sua noite de angústia, ao lado do Jaboque, quando a destruição parecia estar precisamente diante dele, ensinara-se a Jacob quão vão é o auxílio do homem, quão destituída de fundamento é toda a confiança na força humana. Viu que o seu único auxílio devia vir d’Aquele contra quem tão ofensivmente pecara. Desamparado e indigno, rogou a promessa de misericórdia de Deus ao pecador arrependido. Aquela promessa foi a sua certeza de que Deus o perdoaria e o aceitaria. Mais facilmente poderiam o céu e a Terra passar do que falhar aquela palavra;  e foi isto o que o alentou durante aquele terrível conflito.» (Patriarcas e Profetas, p. 200).

5.      A Luta do Povo de Deus no Tempo do Fim

«A experiência de Jacob durante aquela noite de luta e angústia, representa a prova pela qual o povo de Deus deverá passar precisamente antes da segunda vinda de Cristo. O profeta Jeremias, em santa visão, olhando para este tempo, disse: ‘Ouvimos uma voz de tremor, de tremor mas não de paz. … Porque se têm tornado macilentos todos os rostos? Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacob: ele porém será livrado dela.»  (Jer. 30:5-7).

«Quando Cristo cessar a Sua obra como mediador em prol do homem, então começará este tempo de angústia. Ter-se-á então decidido o caso de toda a alma, e não haverá sangue expiatório para purificar do pecado. Ao deixar Jesus a Sua posição como intercessor do homem, junto a Deus, faz-se o solene anúncio: ‘Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.» (Apoc. 22:11). Então o Espírito repressor de Deus é retirado da Terra. Assim como Jacob foi ameaçado de morte pelo seu irmão irado, o povo de Deus estará em perigo por parte dos ímpios, que procurarão destruí-los. E assim como o patriarca lutou toda a noite para conseguir livramento da mão de Esaú, clamarão os justos a Deus, dia e noite, por livramento dos inimigos que os cercam.

«Satanás acusara Jacob diante dos anjos de Deus, pretendendo o direito de destruí-lo por causa do seu pecado; levara Esaú a marchar contra ele; e, durante a longa noite de luta do patriarca, Satanás esforçou-se por impor-lhe a intuição da sua culpa, a fim de o desanimar, e romper o seu apego com Deus. Quando, na sua angústia, Jacob lançou mão do Anjo, e com lágrimas suplicou, o Mensageiro celeste, a fim de provar a sua fé, lembrou-o também do seu pecado, e esforçou-se por escapar dele. Mas Jacob não quis demover-se. Aprendera que Deus é misericordioso, e lançou-se à Sua misericórdia. Fez referência ao arrependimento do seu pecado, e implorou livramento. Ao rever a sua vida, foi impelido quase ao desespero; mas segurou firmemente o Anjo, e com brados ardorosos, aflitivos, insistiu na sua petição, até que prevaleceu.

«Tal será a experiência do povo de Deus na sua luta final com os poderes do mal. Deus lhes provará a fé, a perseverança, a confiança no Seu poder para os livrar. Satanás esforçar-se-á por aterrorizá-los com o pensamento de que os seus casos são sem esperança; que os seus pecados foram demasiado grandes para receberem perdão. Terão uma intuição profunda dos seus malogros; e, ao reverem a sua vida, soçobrar-lhes-ão as esperanças. Lembrando-se, porém, da grandeza da misericórdia de Deus, e do seu próprio arrependimento sincero, alegarão as Suas promessas, feitas por meio de Cristo, aos pecadores desamparados e arrependidos. A sua fé não faltará por não serem as suas orações respondidas imediatamente. Apoderar-se-ão da força de Deus, assim como Jacob lançou mão do Anjo; e a expressão da sua alma será: ‘Não te deixarei ir, se me não abençoares’.

«Se Jacob não se houvesse arrependido previamente do pecado de obter a primogenitura pela fraude, Deus não poderia ter ouvido a sua oração e misericordiosamente preservado a sua vida. Assim, no tempo de angústia, se o povo de Deus houvesse de ter pecados não confessados, para aparecerem diante deles enquanto torturados pelo temor e angústia, abater-se-iam; o desespero lhes cortaria a fé, e não poderiam ter confiança para pleitearem com Deus o seu livramento. Mas, conquanto tenham uma intuição profunda da sua indignidade, não terão faltas ocultas a revelar. Os seus pecados ter-se-ão obliterado pelo sangue expiatório de Cristo, e eles não os podem trazer à lembrança.» (Ibidem, pp. 200-202).

6.      Deus não Tolera o Mal

«Satanás leva muitos a crer que Deus não tomará em consideração a sua infidelidade nas menores coisas da vida; mas o Senhor mostra, no seu trato com Jacob, que Ele não pode, de maneira alguma, sancionar ou tolerar o mal. Todos os que se esforçam por desculpar ou esconder os seus pecados, e permitem que eles permaneçam nos livros do Céu, sem serem confessados ou perdoados, serão vencidos por Satanás. Quanto mais exaltada for a sua profissão, e mais honrada a posição que ocupam, mais ofensiva é a sua conduta aos olhos de Deus, e mais certa a vitória do grande adversário.

«Contudo, a história de Jacob é uma segurança de que Deus não repelirá aqueles que foram atraídos ao pecado, mas que voltaram a Ele com verdadeiro arrependimento. Foi pela entrega de si mesmo e por uma fé tranquilizadora que Jacob alcançou o que não conseguira ganhar com o conflito na sua própria força. Deus assim ensinou a Seu servo que o poder e a graça divina unicamente lhe poderiam dar a benção que ele desejava com ardor. De modo semelhante será com aqueles que vivem nos últimos dias. Ao rodearem-nos os perigos, e ao apoderar-se da alma o desespero, devem confiar unicamente nos méritos da obra expiatória. Nada podemos fazer de nós mesmos. Em toda a nossa desajudada indignidade, devemos confiar nos méritos do Salvador crucificado e ressuscitado. Ninguém jamais perecerá enquanto fizer isto. A lista longa e negra dos nossos delitos está diante dos olhos do Ser infinito. O registo é completo; nenhuma das nossas ofensas é esquecida. Aquele, porém, que ouviu os clamores dos Seus servos na antiguidade, ouvirá a oração da fé, e perdoará as nossas transgressões. Ele o prometeu, e cumprirá a Sua palavra.» (Ibidem, p. 202).

Conclusão

«Jacob prevaleceu porque foi perseverante e resoluto. A sua experiência testifica do poder da oração importuna. É agora que devemos aprender esta lição da oração que prevalece, de uma fé que não cede. As maiores vitórias da igreja de Cristo, ou do cristão em particular, não são as que são ganhas pelo talento ou educação, pela riqueza ou favor dos homens. São as vitórias ganhas na sala de audiência de Deus, quando uma fé cheia de ardor e agonia lança mão do braço forte da oração.

«Aqueles que não estiverem dispostos a abandonar todo o pecado e buscar fervorosamente a bênção de Deus, não a obterão. Mas todos os que lançarem mãos das promessas de Deus, como fez Jacob, e forem tão fervorosos e perseverantes como ele o foi, serão bem-sucedidos como ele. ‘E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça.’ (Lucas 18:7-8).» (Ibidem, p. 203).

Those who honor the Bible Sabbath

Those who honor the Bible Sabbath will be denounced as enemies of law and order, as breaking down the moral restraints of society, causing anarchy and corruption, and calling down the judgments of God upon the earth. Their conscientious scruples will be pronounced obstinacy, stubornness, and contempt of authority. They will be accused of disaffection toward the government. Ministers who deny the obligation of the divine law will present from the pulpit the duty of yielding obedience to the civil authorities as ordained of God. In legislative halls and courts of justice, commandment keepers will be misrepresented and condemned. A false coloring will be given to their words; the worst construction will be put upon their motives. GC 518.

SATANÁS TRARÁ ENFERMIDADES E DESASTRES

«Por meio do espiritismo, Satanás aparece como benfeitor da humanidade, curando doenças e apresentando um novo sistema religioso, ao mesmo tempo em que conduz multidões à ruína. A intemperança destrói a razão, os resultados disso são a satisfação dos desejos pecaminosos, contenda e mortes. A guerra desperta os piores desejos e arrasta para a eternidade as vítimas do derramamento de sangue. É objectivo de Satanás levar as nações à guerra, pois assim pode desviar as pessoas do preparo para estarem em pé no dia em que o Senhor vier.

Satanás estuda os segredos da natureza e utiliza o seu poder para dirigir os elementos, tanto quanto Deus o permite. É Deus quem protege do destruidor as Suas criaturas. Mas o mundo cristão tem desprezado a Sua lei e o Senhor fará aquilo que declarou que faria: removerá a Sua protecção daqueles que se rebelam contra a Sua lei e ainda forçam outros a fazer o mesmo. Satanás tem o domínio sobre todos os que Deus não guarda de maneira especial. Ele ajudará e fará prosperar alguns para atingir os seus objectivos, mas trará calamidade sobre outros e levará as pessoas a crer que é Deus quem provoca esses males.

Embora aparente ser o grande médico que pode curar todas as doenças, Satanás trará enfermidades e desastres até que cidades populosas se reduzam a ruínas. Nos desastres por mar e terra, nos grandes incêndios, nos violentos furacões, em tempestades, inundações, ciclones, ressacas e terramotos e de muitas outras formas, Satanás está exercendo seu poder.» – O Grande Conflito, pág. 507. Ed. Publicadora SerVir, 2012.